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30-11-2007

Quercus critica a falta de alternativas


Aveiro - Tratamento de lixos em Eirol sem estudo de alternativas

A ERSUC, que assegura o tratamento de lixos em 31 municípios do Litoral Centro, pretende construir uma unidade de tratamento mecânico e biológico de resíduos em Eirol, Aveiro, mas a Quercus critica a falta de alternativas.

Miguel Coutinho, professor da Universidade de Aveiro que chefiou a equipa responsável pelo estudo de incidências ambientais, admite que possam existir melhores localizações e reconhece que apenas aquela foi estudada.

Alberto Santos, administrador da ERSUC, explicou à Lusa que "são os municípios" e não a empresa, "quem define a localização das estruturas".

O estudo da equipa de Miguel Coutinho refere, nas suas conclusões, que o terreno escolhido, em termos de escoamento superficial drena para a bacia da Ribeira da Horta que constitui uma zona húmida de elevado valor conservacionista nomeadamente no que respeita às aves sendo a riqueza florística e faunística em geral de grande relevo a nível concelhio.

Quanto a águas subterrâneas, a área em estudo localiza-se sobre formações que podem ser consideradas do ponto de vista hidrogeológico como unidades com capacidade de transmitir e armazenar água (comportamento aquífero) e que se revelam importantes zonas de recarga do aquífero cretácico de Aveiro, sendo ainda salientado que "dadas as características encontradas existe uma elevada vulnerabilidade destas águas subterrâneas a episódios de contaminação pontual ou difusa".

Existe ainda a fonte da Senhora da Guia, usada para consumo pelas populações.

A associação ambientalista Quercus reconhece benefícios do tratamento mecânico e biológico, face a outras soluções, mas questiona a localização proposta e lamenta que não tenham sido estudadas alternativas.

Uma delas passaria pela construção de unidades mais pequenas para servir diferentes grupos de concelhos, o que reduziria os custos de exploração relacionados com o transporte dos resíduos, ao localizar o seu tratamento próximo da origem.

Admitindo como decisão final a construção de uma única unidade, a Quercus entende que deveria ter sido estudada a sua localização em Taboeira, nas imediações do actual aterro sanitário, o que dispensaria a construção de novas estruturas administrativas, técnicas e sociais, além de esta hipótese ser mais vantajosa do ponto de vista das acessibilidades, dado que Eirol não se encontra servida de acessos que comportem a circulação do tráfego pesado.

Aquela associação assume a preferência pelo processo de tratamento dos resíduos urbanos proposto por permitir "reciclar muitos materiais a partir de resíduos urbanos indiferenciados".

O sistema consiste na separação mecânica entre resíduos orgânicos e outros materiais como plástico, metal, vidro e cartão, que são depois enviados para reciclagem por outras empresas.

Os resíduos orgânicos também são reciclados através de processos biológicos.

Na unidade a instalar em Eirol, o processo biológico é a digestão anaeróbia, através da qual se produz biogás e composto para a agricultura.

No entanto, a Quercus considera que o projecto da ERSUC "é pouco ambicioso em termos de taxa de reciclagem, considerando que só se aproveitam 40 por cento dos resíduos", contrapondo que "face às novas tecnologias disponíveis e à grande procura que existe por materiais recicláveis, é perfeitamente possível aproveitar entre 60 a 70 por cento dos resíduos que entram na unidade".

"Só assim será possível rentabilizar economicamente o investimento que será realizado", concluem os ambientalistas, sugerindo ainda a instalação de uma unidade de vermicompostagem (compostagem com minhocas) para aproveitamento integral da matéria orgânica após a digestão anaeróbia.

O professor Miguel Coutinho disse à Lusa que apenas foi estudada a possibilidade da localização de Eirol, admitindo que o local tem até condicionantes ambientais e que "haja sítios melhores para esse fim", mas explicou que a ERSUC apenas pediu o estudo daquela localização.

"Eirol é uma zona que merece a aplicação das melhores práticas de gestão e o máximo controlo", disse Miguel Coutinho, quando confrontado com as conclusões do relatório da sua equipa.

Sobre a criação de várias pequenas unidades em vez de concentrar o tratamento dos resíduos em Eirol, Miguel Coutinho tem dúvidas de que fosse exequível.

"Se assim já é polémica a instalação, imagine-se o que acontecia se houvesse um projecto para cada município", comenta, acrescentando que "as soluções de tratamento de resíduos exigem dimensão para gerarem economias de escala".

Já quanto à alternativa de Taboeira, Miguel Coutinho admite que faria sentido, atendendo a que o local já tem esse uso, prolongando a função, mas ignora se o espaço é suficiente.

"Não sei se era vantajoso face a Eirol. Teria de ser estudado", declarou à Lusa.

O administrador da ERSUC, Alberto Santos, escusou-se a comentar a posição pública da Quercus, sublinhando que "não é a ERSUC que escolhe a localização".

"São os municípios, nos termos da lei", disse à Lusa, acrescentando que a empresa não é titular de terrenos suficientes, em Taboeira.

Miguel Coutinho considera o projecto da ERSUC "um sistema muito interessante, que permite a gestão integrada do tratamento, tendo a vantagem de ter uma "porta única" para a organização das várias fracções de resíduos, comparativamente às soluções da LIPOR e da ValorSul.

Em relação aos receios das populações, manifestados já em diferentes reuniões públicas, nomeadamente na vizinha freguesia de Nossa Senhora de Fátima, por causa dos cheiros, Miguel Coutinho esclarece que "vai haver um aterro, mas não tem nada a ver com o actual aterro sanitário, porque o resíduo depositado é totalmente diferente".

"Trata-se de resíduos secos, descontaminados organicamente", explicou.

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